[Resenha] Beleza perdida, de Amy Harmon

28 agosto 2015
Páginas: 336
Lançamento: 2015
Editora: Galera Record
Classificação: Favoritado!
Ambrose Young é lindo - alto e musculoso, com cabelos que chegam aos ombros e olhos penetrantes. O tipo de beleza que poderia figurar na capa de um romance, e Fern Taylor saberia, pois devora esse tipo de livro desde os treze anos. Mas, por ele ser tão bonito, Fern nunca imaginou que poderia ter Ambrose… até tudo na vida dele mudar.
Beleza perdida é a história de uma cidadezinha onde cinco jovens vão para a guerra e apenas um retorna. É uma história sobre perdas - perda coletiva, perda individual, perda da beleza, perda de vidas, perda de identidade, mas também ganhos incalculáveis. É um conto sobre o amor inabalável de uma garota por um guerreiro ferido.
Este é um livro profundo e emocionante sobre a amizade que supera a tristeza, sobre o heroísmo que desafia as definições comuns, além de uma releitura moderna de A Bela e a Fera, que nos faz descobrir que há tanto beleza quanto ferocidade em todos nós.
Vi tanta gente falando bem desse livro e dizendo que ele é incrível, mas não estava com nenhuma pressa para lê-lo. Até que uma amiga propôs de lermos juntas (obrigada Lua!) e, meu Deus, grande foi minha surpresa ao constatar desde os primeiros capítulos que ele realmente era maravilhoso!

Achava que seria apenas mais um desses clichês onde o cara bonitão se apaixona pela menina sem graça, mas estava completamente errada! Esse livro fez eu me emocionar muito e me conectar com situações com as quais nunca pensei que poderia me solidarizar tanto.
Talvez os milagres que vemos sejam apenas a ponta do iceberg. E talvez a gente apenas não reconheça as bençãos que resultam das coisas terríveis.

Ambrose tem tudo que poderia querer, mas mesmo assim decide ir para a guerra, convencendo seus quatro melhores amigos a ir com ele. O problema é que só ele volta, e fora as sequelas emocionais que a guerra o infligiu, também houveram sequelas físicas.

Ele teve seu rosto dilacerado por estilhaços de uma bomba, e tem vergonha de sair na rua e ver o modo como as pessoas o olham. Mas certo dia, ele acaba esbarrando em Fern enquanto corria no meio da noite, a menina sem graça que era apaixonada por ele desde o ensino médio e que agora tinha se tornado uma bela mulher.
Ela estava certa. Ele estava parcialmente cego; porém, apesar disso, talvez por causa disso, estava vendo as coisas mais claramente do que jamais vira.
Continua parecendo clichê? Mas acredite, não é. A narrativa, mesmo sendo em terceira pessoa, conseguiu fazer com que eu me identificasse com o soldado que havia retornado da guerra, com a garota ingênua, mas ao mesmo tempo forte, e também com o garoto com distrofia muscular, preso em uma cadeira de rodas esperando a expiração dos seus dias.

Nunca chego a comentar os personagens secundários de um livro, mas o Bailey merece sua devida atenção, na verdade ele merecia muito mais do que isso pelo tanto que me fez aprender e me emocionar com seu otimismo mediante as situações mais difíceis e sua coragem.
Boa parte da razão pela qual ele é tão especial é porque a vida o esculpiu dessa forma incrível... talvez não por fora, mas pro dentro. No interior, o Bailey parece o Davi do Michelangelo. E quando eu olho para ele, e quando você olha para ele, é isso que a gente vê.
Não poderia citar nunca todas as lições que esse livro me ensinou, mas me sinto extremamente grata pela oportunidade de ter lido ele. Ainda fiquei durante muito tempo pensando nesses personagens e no quanto é possível continuar seguindo em frente mesmo quando a vida te derruba. É só voltar a se levantar, colocar um pé em frente ao outro e continuar andando.

É um daqueles livros que chegam de mansinho e acabam virando favoritos por toda a vida, já consigo me imaginar relendo ele muitas vezes no futuro. A Amy arrasou e mal posso esperar para ler outros livros dela!
A verdadeira beleza, aquela que não se desvanece ou se esvai, precisa de tempo, de pressão, precisa de uma resistência incrível. É o gotejamento lento que faz a estalactite, o tremor da Terra que cria as montanhas, o constante bater das ondas que quebra as rochas e suaviza as arestas. E da violência, do furor, da ira dos ventos, do rugido das águas emerge algo melhor, algo que de outra forma nunca existiria. E assim suportamos. Temos fé na existência de um propósito. Temos esperança nas coisas que não podemos ver. Acreditamos que há lições na perda e poder no amor, e que temos dentro de nós o potencial para uma beleza tão magnífica que o nosso corpo não pode contê-la.
P.S.: Sinto que minha resenha não chegou aos pés do quanto eu precisava transmitir a beleza desse livro. Acho que vocês só vão realmente descobri-lá quando lerem, então não percam tempo, porque ele é mesmo incrível!

3 comentários

  1. Oi, Marina!
    Vou te confessar que esse livro continua me parecendo um clichê, mas sua empolgação me deixou curiosa pela história de Ambrose e espero mudar de ideia. Como os mocinhos dos livros normalmente são bad boys, cheios de si, livros em que eles mostram ter um ponto fraco explícito conseguem atrair mais minha atenção. Beijo!
    Lis | umareescrita.com.br

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  2. Olá,
    Não curto esse gênero literário e somente por isso não leio a obra, simplesmente não me atrai esse tipo de livro, me parece ter uma premissa clichê em demasia.
    Beijos.
    Memórias de Leitura - memorias-de-leitura.blogspot.com

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  3. Eu fui num evento da editora e quando eles falaram desse livro fiquei doida para ler. Acabou que no dia eu trouxe outros livros e não esse, mas ainda quero ler ler beleza perdida. Todas as resenhas que eu li foram positivas e todas falam das mensagens e coisas do tipo. Amo livros nesse estilo então tô confiante que vou gostar e muito. Pelo que eu vi ainda vão ter outros livros da autora e até mesmo uma continuação de beleza perdida. :D

    Ah, respondi a tag que você tinha me indicado! Demorei um pouquinho mas foi, haha. <3

    Beijos!
    http://www.prateleiracolorida.com.br/

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