[Resenha] O Teste, de Joelle Charbonneau

21 março 2015

Páginas: 320
Lançamento: 2014
Editora: Única
Classificação:

No dia de formatura de Malencia ‘Cia’ Vale e dos jovens da Colônia Cinco Lagos, tudo o que ela consegue imaginar – e esperar – é ser escolhida para O Teste, um programa elaborado pela Comunidade das Nações Unificadas, que seleciona os melhores e mais brilhantes recém-formados para que se tornem líderes na demorada reconstrução do mundo pós-guerra. Ela sabe que é um caminho árduo, mas existe pouca informação a respeito dessa seleção. Então, ela é finalmente escolhida e seu pai, que também havia participado da seleção, se mostra preocupado. Desconfiada de seu futuro, ela corajosamente segue para longe dos amigos e da família, talvez para sempre. O perigo e o terror a aguardam.
Será que uma jovem é capaz de enfrentar um governo que a escolheu para se defender?
Cia é uma jovem que sempre se esforçou muito nos estudos, seu sonho era ser escolhida para O Teste e ter a chance de entrar para a faculdade, assim como seu pai, e orgulhar sua família. Porém quando isso finalmente acontece, seu pai revela a ela um segredo: ele não tem lembrança nenhuma do Teste, o governo removeu suas memórias, e ele tem pesadelos horríveis sobre o que aconteceu, mas não tem certeza se eles podem ou não ser realidade.

Mesmo com esse anúncio, Cia não tem mais escolha, depois de ser escolhida para o Teste, a presença é obrigatória, e a desobediência punível por morte. Junto com ela vão mais três alunos de sua turma de formandos: "O belo de olhos cinzas, Tomas Endress. O tímido, porém doce, Malachi Rourke. E a bela e artística Zandri Hicks."

Logo quando a viagem até a capital começa, Cia já nota que está sendo vigiada por câmeras, o que aumenta suas suspeitas. Ela compartilha seus receios com Tomas, e eles acabam se aproximando cada vez mais durante o livro.
Apesar da beleza dele e de sua personalidade extrovertida, Tomas sempre foi um líder silencioso. Sempre ficou feliz em ajudar um vizinho ou um dos alunos mais jovens, e faz de uma maneira que não pede elogios nem algo em troca.
Quando chegam na capital são anunciadas as fazes do Teste: provas escritas, exames de aptidão, trabalho em equipe e habilidades de liderança. Dos 108 concorrentes, menos de 20 serão escolhidos no fim para frequentar a universidade. O primeiro teste parece normal, mas a partir do segundo eles começam a perceber que podem existir sérias consequências para uma resposta errada quando alguns participantes começam a morrer.

Toda a narração do livro é bem tensa, mas o pior vem quando chega o quarto teste, que consiste em abandonar todos os participantes restantes numa zona não revitalizada depois das guerras, cheia de perigos, fora os outros participantes que tem a intenção de eliminar a concorrência, e o objetivo é que eles consigam voltar para a capital. Cia e Tomas logo combinam um ponto de encontro para realizarem a tarefa juntos, mas em quem será que eles podem realmente confiar?
- Fique de olho, Cia. Seu namorado não é o carinha bacana que ele finge ser. Tento encontrar vocês dois mais tarde. Até lá tome muito cuidado.
Durante essa aventura muitas coisas acontecem, desde encontros nada amigáveis com outros participantes a humanos que sofreram mutações por causa das armas nucleares. Chega até um ponto onde Cia começa a se questionar, será que ela realmente pode confiar em Tomas?

Uma coisa interessante sobre esse livro é pensar nas motivações do governo para fazer o teste. Em Jogos Vorazes, por exemplo, o governo tem como motivação dos jogos causar medo à população para que não hajam novas revoltas, já em O Teste, o objetivo é escolher lideres mais bem preparados para atender as necessidades futuras da nação. Me parecem meio drásticos os meios usados, mas tenho que admitir que pelo menos o objetivo é nobre. Por outro lado, acho que menos de 20 pessoas entrarem para a faculdade por ano é um número infinitamente pequeno para uma nação que está tentando se reconstruir, por que simplesmente não mandar todos os 108 que foram escolhidos? Acho que ainda tem muita coisa que não sabemos sobre este governo e que espero que sejam mais exploradas nos próximos livros. 

Já com relação a Cia, ela é uma personagem muito dedicada, não sei dizer se ela tem uma personalidade forte, às vezes ela fica se lamentando demais, mas ao mesmo tempo ela sempre consegue concluir suas tarefas, não importa o quão abalada esteja com tudo que está acontecendo. Ela consegue superar os seus limites, tanto físicos, quanto emocionais, e por isso ela ganhou um ponto comigo.

Gostei muito do livro e recomendo a leitura! Inclusive estou muito feliz porque esse foi o primeiro livro viajante que recebi! Agradecimentos especiais para a Camila Dorneles que emprestou o livro!

OBS.: Pra quem não sabe, livro viajante é uma comunidade do Skoob, onde as pessoas emprestam livros para que outras possam ler pelo Brasil à fora. O legal é que o único custo que você tem é de reenviar o livro pra a próxima pessoa na lista, e como esse envio de livros nos Correios tem um custo reduzido, você só gasta por volta de R$ 5,00, dependendo do peso do livro. Já pedi vários livros e também já emprestei alguns meus. Espero que esse movimento continue crescendo, assim eu sei que vou ter sempre bons livros a minha disposição com custo baixo. Legal né? 

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