Desde muito pequena desenvolvi o gosto pela literatura, e já fui começando a despertar para imaginar histórias. Falava sozinha, montava enredos, e até comecei a escrever um continho de fadas num caderno, quando tinha oito anos. Acho que esse desejo deve ter nascido aqui, só se desenvolveu com o início da leitura.
Quando você começou a escrever seu primeiro livro, Uma canção para a libélula, já sonhava com a publicação?
Não... Naquela época, em 2009, eu nem imaginava que isso pudesse ser possível. Parecia irreal, utópico, e eu escrevia pra mim, pra colocar algo para fora, transformar meus sentimentos em palavras. Eu comecei a sonhar com a publicação em 2012, quando vi a história do autor Eduardo Spohr, e fui conhecer editoras que lançavam novos autores.
Quanto tempo demorou para escrever ele? E que parte achou mais cansativa: escrever, editar ou publicar?
Demorei 3 anos pra escrever, e depois ainda reescrevi. Foram mais de seis anos só vivendo esse livro, o que foi maravilhoso. A história da Vanessa é uma parte de mim. Nenhuma parte foi cansativa, de forma alguma, mas se eu puder escolher a mais difícil, com certeza foi a publicação.
Como você consegue conciliar sua carreira como psicóloga com a de escritora?
Olha, eu acho que não consigo hahahahahha. Brincadeira. Não é uma coisa na qual eu pense muito, eu só deixo acontecer, sem misturar as duas. Os conhecimentos de psicologia estão comigo, não tem como eu me livrar deles e nem quero, portanto eles aparecem nos meus livros, Porém, a prática de psicóloga passa longe dos meus livros. Pacientes ficam na sala de terapia, e meus personagens no papel. Os dois não podem ter contato.
Você tem horários fixos para escrever? Encara isso como uma obrigação diária ou escreve quando tem vontade?
Não tenho horários, mas me impus metas. Preciso desenvolver por volta de seis páginas por dia, só que nem sempre eu consigo. Não fiz isso por obrigação, mas por vontade mesmo. As ideias são muito exigentes e caso você aja com preguiça com elas, eles te castigam sumindo por muito tempo, entrando em bloqueio. Por isso eu gosto de manter as minhas em fluxo, para não enraivecê-las.
Quando você começa a escrever, já tem toda a história na cabeça, ou ela vai surgindo a medida que você escreve? Usa alguma técnica para ajudar a escrita a fluir mais rápido?
É uma mistura dos dois. Ao mesmo tempo em que tenho uma história na cabeça, eu a deixo livre para mudar o que ela quiser ao longo do caminho. Minha técnica é dar liberdade pra minha mente sem medo, uma associação livre, sem parar pra conferir, corrigir ou repensar. Depois eu volto moldando, deletando, reescrevendo... Num primeiro momento, é melhor só abrir a porta e deixar sair.
Já passou por algum momento de bloqueio ou desânimo? O que fez para superar?
Os bloqueios sempre vem, e sempre virão. Acho que é natural de todos os escritores passarem por isso. Quando não consigo evitar, eu só espero. Confio nas ideias e sei que elas vão voltar, então eu só espero a cabeça voltar a funcionar.
Que estratégias você utilizou para divulgar seus livros? O que deu certo e o que deu errado?
Só usei marketing digital. Tentei promoções, compartilhamentos, sorteios... Tudo foi muito bem. A ação das Primeiras Impressões foi o que mais deu certo e o que eu mais curti fazer.
Tem algo que dá errado, e é uma má ideia. Já fiz isso, embora não muito, mas percebi logo que é uma fria e causa má impressão. Spam. Sair colocando em todas as caixas de entrada sua propaganda, sem nem dar um "oi, tudo bem?" para o outro, é muito chato. Marcar 99 pessoas na sua propaganda também não dá certo. As pessoas não gostam de mensagens copiadas e coladas, elas gostam de serem abordadas, conquistadas. Spam é fria, gente. Evitem!
Que dicas você daria para quem está começando a escrever, tanto sobre o processo criativo, quanto sobre o mercado editorial?
Leiam! Leiam muito!!! Nunca parem de ler!
E nunca pensem que o texto está pronto. Ele nunca estará. Sempre tem algo para renovar, repensar e editar. Procure ouvir criticas com humildade e buscar nelas perceber erros que podem ser evitados no futuro. Não caiam no erro de desistir por uma critica, ou de não aceitá-la também.
E se preparem para levar muitas negativas das editoras. Essas "pancadas" não podem desanimar o escritor, e sim deixá-lo mais forte e mais resistente.
Acho que qualquer escritor passa por várias dificuldade no início de sua carreira, mas existe um momento em que vemos que nosso esforço valeu a pena. Qual foi esse momento para você e o que te motiva a continuar escrevendo?
Eu passei por vários momentos de fraqueza, mas nunca pensei em desistir. Levei algumas pedradas, em todos os sentidos... Menos no literal! (risos). Acredito que o momento em que eu mais acreditei que daria certo, quando eu percebi que toda a minha insistência, meu suor, meu choro no travesseiro de madrugada e as tentativas de vencer, tinham surtido efeito, quando eu vi a capa de O Lago Negro pronta. Eu estava num momento bem ruim naquele dia, quando o Bernardo Manfredi me enviou um texto e junto a capa. A forma como ele me tratou, como a Arwen me tratou, e como todo o grupo de autores me acolheu, me fizeram sentir que tudo ia começar a entrar nos eixos.
Depois disso, foi no dia em que os leitores de Uma Canção para a Libélula começaram a se movimentar fazendo as plaquinhas. Os dois momentos se complementaram.
O primeiro veio para me dizer: Olha, fica forte, vai dar certo, Veja que coisa linda fizeram para a sua história!
O segundo arrematou: Deu certo! As pessoas agora são parte da SUA história, e elas são donas nas suas histórias.
Enfim... estou forte e preparada. Se algo não der certo, tentarei outra vez!
Contados pelo Facebook, Skoob, Filmow, Tumblr e Twiter.
Gente, a Ju já está lançando seu terceiro livro, O lago negro! Tem primeiras impressões dele aqui no blog e eu já garanti o meu exemplar na pré-venda, mal posso esperar para devorar essa história. A Ju escreve maravilhosamente bem, além de ser uma pessoa maravilhosa. Entre no site da Arwen para saber mais sobre o livro e adquirir o seu!
É impressionante o fato de muitos autores verem seus livros sendo publicados como algo quase impossível de acontecer. Mas acontece. Achei muito bacana ela falar sobre "esperar" quando se está desanimado. Esperar é difícil, mas é tão necessário!
ResponderExcluirMuito sucesso a autora!
Beijos - Historiar
Cara, amei essa entrevista! Muito rica!
ResponderExcluirPenso como ela, teno me forçar a escrever porque se não aquela sua ideia escapa por entre os dedos e nunca mais volta.
Deve ser bem difícil manter essas duas funções, que exigem muito tempo dela.
Parabéns pela entrevista!!
Beijos
www.ooutroladodaraposa.com.br
Parabéns pela entrevista! As perguntas foram ótimas! Adorei o que ela disse sobre colocar metas de escrita, para não "enraivecer" as ideias. É exatamente assim, achei genial! Parabéns mais uma vez pelas ótimas perguntas. Continua trazendo conteúdo assim pra gente ;) beijos!
ResponderExcluirwww.vintee5.com.br
Oi Marina, tudo bem contigo ???
ResponderExcluirParabéns pela entrevista flor !!! Ficou muito bem feita, adorei as perguntas e principalmente, adorei conhecer um pouco mais sobre essa autora.
Não tenho certeza, mas acredito que ainda não tinha visto o livro dela antes, fiquei curiosa, beeem curiosa. Vou pesquisar aqui e ver se consigo ler !!!
Beijinhos
Hear the Bells
Mah! Obrigada pela linda entrevista.
ResponderExcluirAdorei participar e trazer um pouco da minha história aqui para os seus leitores. É sempre um prazer vir aqui.
Espero que logo possa vir comentar a resenha do Lago. Estou ansiosa!!