Oi, gente! Na postagem anterior do Aperta a tecla eu conversei um pouco com vocês sobre o texto narrativo, e hoje eu decidi aprofundar um pouco mais o assunto falando de um elemento essencial desse tipo de texto: o narrador.
É através do narrador que o leitor sente a história, e dependendo do tipo de narrador que você utilizar isso pode vir a influenciar na identificação do leitor com os personagens, fazendo com que ele se apegue mais ou menos a ele, entenda ou não seus motivos e conheça seus pensamentos.
Narrador personagem: além de contar a história em primeira pessoa, faz parte dela, sendo por isso chamado de personagem. É marcado por características subjetivas, opiniões em relação aos fatos ocorridos, sendo assim uma narrativa parcial, já que não se pode enxergar nenhum outro ângulo de visão. A narrativa é dotada de características emocionais daquele que narra. Esse tipo de personagem tem visão limitada dos fatos, de modo que isso pode causar um clima de suspense na narrativa. O leitor vai fazendo suas descobertas ao longo da história junto com a personagem.Particularmente, este é meu tipo de narrador favorito. Adoro estar dentro da cabeça dos personagens, conhecer o que eles estão sentindo e muitas vezes não transparecem através das ações.
Um problema deste tipo de narração é que na maior parte das vezes você só vai conhecer os pensamentos de um personagem, aquele que está fazendo a narração. Isso pode ser contornado com o uso de mais de um POV (Point Of View, ou ponto de vista), que é o caso de livros narrados por mais de um personagem em capítulos alternados.
Outra questão é a narrativa das emoções do personagem, que podem ser interpretadas como "mimimi" se forem excessivas. Deve-se procurar sempre o equilíbrio para que o personagem não pareça ser fraco.
Narrador observador: é o que presencia a história. Comporta-se como uma testemunha dos fatos relatados, mas não faz parte de nenhum deles, e a sua única atitude é a de reproduzir as ações que enxerga a partir do seu ângulo de visão. Não participa das ações nem tem conhecimento a respeito da vida, pensamentos, sentimentos ou personalidade das personagens.
Não gosto muito desse tipo de narrador. Para mim o texto narrado em 3ª pessoa faz com que fique muito mais difícil compreender as motivações e me identificar com os personagens. Acho que pode ser útil principalmente em livros de mistério ou investigações, já que o narrador se torna uma figura neutra na história, mas não acho atraente em romances por exemplo.
Narrador onisciente: É aquele que sabe de tudo. Há vários tipos de narrador onisciente, mas podemos dizer que são chamados assim porque conhecem todos os aspectos da história e de seus personagens. Pode por exemplo descrever sentimentos e pensamentos das personagens, assim como pode descrever coisas que acontecem em dois locais ao mesmo tempo.
Taí o tipo de narrador em 3ª pessoa que eu apoio! Tive poucas experiências com esse tipo de texto, mas as que tive foram bastante proveitosas. Acho que essa narração faz uma boa junção entre a neutralidade do narrador observador e a intimidade do narrador personagem. O ponto positivo é que podemos entender os pensamentos de vários personagens simultaneamente.
Nunca tentei escrever nada em terceira pessoa, mas acho que o narrador onisciente deve ser o mais difícil de se trabalhar. Se não for bem empregado o texto pode se tornar confuso.
E vocês, qual tipo de narrador acham mais atraente? Já tentaram sair da sua zona de conforto e usar outro tipo de narração? Deixem suas dicas nos comentários!
OIe, Ma!!!
ResponderExcluirLeia "A cidade e as Serras" do Eça de Queiróz. É um narrador, podemos dizer assim, em 2a. pessoa! ;)
Bjks e Boas Leituras!
O narrador personagem costuma ser meu favorito também <3
ResponderExcluirAté mais.
ser-escritora.blogspot.com.br/
Adorei o post, são dicas muito úteis! Meu narrador preferido é o onisciente *-*
ResponderExcluirFiquei com vontade de participar dos desafios mas acabei ficando sem tempo... O próximo vou me esforçar para fazer, gostei muito da iniciativa!
comoseeufossepoeta.com.br
Acho que depende muuuito do livro.
ResponderExcluirAlgo como Harry Potter tem que ser em terceira pessoa, porque tem muitos personagens e, apesar de a Rolling passar mais a visão do Harry das coisas, ainda assim sabemos um pouco do que se passa na visão de outros personagens, o que foi essencial para mim.
Mas tem outros livros que eu me identifiquei bem mais com o personagem por ele estar contando a estória.
Beijos
www.ooutroladodaraposa.com.br