[Aperta a tecla] Contos escritos pelos leitores no mês de agosto

21 setembro 2015
Bom dia, queridos leitores! Se você não conhece ainda o projeto Aperta a tecla, clica aqui! Mas se já conhece então deve saber que o tema de agosto foi "Baseado em fatos reais". Já postei essa resenha do conto Do mar de mim, da minha amiga Anelise Azevedo, e hoje vim trazer para vocês mais um conto, na verdade uma crônica, da leitora Camila Correia do blog Calmomila. Confiram!


Lavínia tirou os fones de ouvido por alguns instantes. A professora de química havia milagrosamente deixado o horário livre. Olhou para o resto da turma. Perto da porta, algumas meninas formavam um pequeno círculo e conversavam sobre alguma coisa aleatoriamente engraçada. Saulo estava sentado logo atrás, lendo o terceiro livro daquela série que ele havia começado no início do ano. No fundão, Eduardo sussurrava sorrindo ao conversar com Daniela, sua nova namorada. Lavínia balançou a cabeça negativamente ao lembrar que havia gostado de Eduardo no início do ano. Torcia para que algum dos dois quebrasse a cara logo logo, mas alguns segundos depois reprimiu o pensamento.

Max estava com seu notebook, assistindo algum trecho daquele filme que havia sido lançado há algumas semanas. Perto dele, Vitor e Mateus aconselhavam um ao outro enquanto jogavam um daqueles joguinhos de corrida em que eram viciados. Marília era a única com o livro ainda aberto em química, tentando fazer os exercícios pra próxima aula. Na cadeira vazia ao lado dela, sentava Vívian, que havia saído para passar aquele momento milagroso na biblioteca. Em outro canto da sala, Gabriel estava de cabeça baixa, dormindo, como fazia em quase todas as aulas. Taís experimentava o novo batom líquido de Vanessa, que já estava preparando o celular para as selfies tradicionais. Na cadeira atrás de Lavínia estava Tomás, o garoto que ela conhecia desde o jardim de infância, mas com quem trocava apenas algumas poucas palavras se ele estivesse de bom humor. 

Há alguns anos, lá pela época em que estava no Fundamental II, Lavínia ficaria extremamente magoada por não fazer parte de nenhum grupinho pra conversar naquele momento. Mas agora, com poucos meses para o fim do ensino médio, tudo bem. Ela entendia. Dali com pouco mais de 100 dias ela estaria pegando o boletim, desejando boas férias aos professores e se despedindo brevemente dos colegas de classe. Não via a hora de dar adeus. Adeus aos cálculos que ela não entedia, às datas que não conseguia decorar, à imaturidade de pessoas prestes a completar maioridade. 

Por uns segundos pensou nas lágrimas derramadas por causa de Eduardo, e pela raiva que sentia quando Mateus, com alguma piada pra lá de sem graça, interrompia as explicações dos professores. Depois começou a lembrar de como Zé tentava a ajudar com os cálculos complicados, de como Marília a fazia gargalhar com suas dancinhas malucas, de como Vanessa lhe emprestava batons e a chamava para as selfies, de como Gabriel era legal de lhe mostrar aquela música que havia achado bacana. Sorriu ao perceber que talvez fosse sentir saudades de algumas pessoas, e até de alguns momentos. Lavínia colocou os fones de volta e terminou de ouvir Every Little Step, do Bobby Brown.

Atualização: Tem conto novo! A Fabi, do blog Língua e literatura, me avisou que postou seu conto, então aqui vamos nós:

Já ouviram aquela expressão que diz que "onde há fumaça há fogo"? Pois então, essa estória que vou contar, já a ouvi em vários lugares por onde passei aqui na região de Bragança Paulista. 

Ora é contada por crianças pequenas, que na sala de aula, se apavoram só de recordar; ora é contado por adolescentes que, descrentes, apenas reproduzem aquilo que ouviram para tirar um barato dos colegas e ora quem conta são os mais antigos que, com toda sabedoria, apontam os detalhes da estória causando arrepios tremendos na espinha.

Se é verdade, não sei. Mas onde há fumaça, há fogo.

Há alguns anos atrás, estava eu passando uns dias na casa da minha comadre em Joanópolis, quando resolvemos aceitar um convite pra tomar um café de fogão à lenha na casa de Seu Ramos, vizinho de alguns quilômetros de distância.

Eu, que na época ainda morava na cidade grande, me impressionava com tudo na roça: a caminhada ao ar livre, as grandes montanhas de pasto verdejante, o ar com cheiro de estrume fresco, as pedras reluzentes na estrada de chão, a simplicidade das casas abastecidas pela água do poço aquecida na serpentina do fogão... mas o que mais me impressionava era a amistosidade, a recepção. Eita povo receptivo!

Chegamos na casa de Seu Ramos e Dona Pepa já foi nos oferecendo uma cadeira ao lado do fogão, bem no meio da cozinha, para esperar o café, que por sua vez esperava dentro de um comprido coador de pano a água ferver. Regados a biscoitos de polvilho, Sr. Ramos perguntou, só por educação, claro, como estavam as coisas na cidade.

- Então ocê é de São Paulo?

- Sou, sim senhor!

- Já fui lá algumas vezes. Mas não gosto não. Quando preciso ir tratar de negócios, mando um de meus filhos. Prefiro o trabalho do sítio.

- É, São Paulo é uma loucura mesmo!

- Loucura? Bão, daí depende do que ocê chama de loucura. Se eu começar a te contar as coisas que acontecem por aqui, ocê também vai achar que esse velho, mesmo morando na roça, é louco.

- É nada, Seu Ramos! Nunca pensaria uma coisa dessas do Senhor! - Afinal eu estava com um senhor de oitenta e dois anos...

- O véio, conta da semana passada, aquilo lá que aconteceu pros lados da cachoeira. - Pediu Dona Pepa segurando o avental que ia amarrado na cintura e com um sorriso meigo no rosto, como que para acalentar o que viria pela frente.

- Fica quieta, muié! Acha que eu vou querer espantar a visita nova?

Vi Dona Pepa cortando queijo fresco para nos servir e nos amarrar ali naquela cadeira junto ao fogão de lenha.

- Que nada, Seu Ramos! Agora fiquei curiosa! O que aconteceu perto da cachoeira? Não vão me dizer que tem Iara por aqui, né?

- Bão, se tem Iara ainda num vi, apesar que o Zé do Estribo, que mora lá depois da campina, diz que nunca mais se arrisca ir pros lados do Lago Fundo. Mas daí até existir, já é outro causo.

- Se não é Iara, então pode contar que eu aguento.

- Bão, no começo da semana passada, meu filho que mora ali no pé do primeiro morro, veio logo no amanhecer de terça-feira bater na minha porta. E não era pra falar de tombo de vaca ou de fuga de cavalo, não. Veio me contar dos barulhos de assombração que tinham deixado ele de lampião ligado a noite toda.

- Assombração, é?! Que tipo de assombração? - Ah, Seu Ramos, logo eu, uma pessoa tão espiritualizada, nunca vou ter medo de assombração! Esse foi o pensamento que me veio à cabeça, mas por respeito apenas falei: - Algum fantasma?

- Fantasma, qual o quê?! Alma perdida se afasta com reza braba. Mas assombração, é coisa das sombras. Existe coisas nesse mundo que não são nem de Deus nem do Diabo. O que são? Ninguém sabe! Mas as vezes aparecem por aqui ou por ali, apavorando o povo com o que não se conhece.

Aquelas palavras bateram no meu peito deixando-o oco: coisas que fogem do domínio de Deus ou do Diabo? Calei-me e me pus a escutar.

"E vou te falar, nunca vi Benedito tão apavorado quanto naquela manhã. A cara dele era branca como cera de toco de vela comida, toda escorrida de suor. Uns olhãos que pareciam que iam comer o mundo. No começo ele não falava coisa com coisa. Gaguejava mais do que fusca velho.

Mandei primeiro ele se aprumar e tomar uma fresca na varanda, com um copo d´água pra se acalmar. Sentei do lado do Dito, coloquei a mão no joelho dele e ele desembuchou:

- Parecia coisa da mula-sem-cabeça, pai! O chiado do fogo estalando a noite toda. Um fogo ardente, mas que não tinha clarão não. Nenhuma luz por fresta nenhuma. Só a crepitação andante. Mas não tinha casco não, bem que aprumei meu ouvido, e não ouvi trote nenhum. Só aquele fogo sem luz estalando em derredor, entrando bem aqui no fundo do peito. Eita estalido apavorante, pai! Parecia que queimava minha alma! E parecia que chia cá dentro até agora!

Fiquei intrigado de ver o susto do Dito e tentei acalmar:

- Mas qual o quê, rapaz! Para de bestagem! Ocê devia é de estar sonhando!

- Tava nada, pai! Pergunta pra Zefa, que foi ela que escutou primeiro e me acordou no pavor pior das coisas.

- Eita, menino, que assombração assim nunca que ouvi falar. Tão falando lá em Minas de um tal de Chupa cabra, será que já veio pra cá, foi?

- Se chupa cabra ou boi, não sei não, pai, mas tô achando melhor a gente adiar a caçada de amanhã.

- Qual o quê, rapaz? Vira homem que essas coisas não adiam caçada nenhuma não."

Enquanto Seu Ramos contava, fiquei pensando no caminho que fiz para chegar até o sítio dele. Será que ali no meio daquela mata existiria algum encantado desconhecido? O que seria aquele estalido que Dito ouvira? Seria algo com forma? E o pior: Será que nos viu pela estrada?

De repente Dona Pepa me acorda servindo um copo de café fumegante e mais um pedaço de queijo.

Seu Ramos continuou:

"E ocê sabe que homem de sítio não arreda o pé de assombração, então celamos os cavalos, pegamos as armas e saímos pelo caminho buscando anta, capivara, tatu, ou qualquer caça que fosse boa de tamanho.

Daí que no galopeio do caminho apareceu uma encruzilhada em formato de "y" que parece que nunca que eu tinha visto naquele caminho que ficou estranho que só. E olha que bem no meio da encruzilhada tinha um oratório, e lá de dentro dele nós vimos duas luzes vermelhas no fundo do escuro de dentro do oratório.

Assuntei pro Dito o que ele achava que era. Ele olhou pro João que não tirava os olhos da luz vermelha. Já tinha visto que os dois estavam se borrando e logo pensei "Mas  que afrouxados que criei!". Falei baixo pros dois:

- Larga de frouxisse que é vela acesa!

Quase que num ouvi a resposta do Dito.

- É nada, pai, que parece dois olhos!

- Então prepara a arma que é onça."

- Afe, Seu Ramos! Vocês pegaram uma onça na caçada?

- Qual o quê, menina! Antes fosse!

Aquela resposta fez os pelos do meu corpo se eriçarem, parecia que senti um calor incômodo no pescoço, uma presença de um hálito de não sei o quê. Olhei pra trás, não vi nada. Deixei minha mão na nuca, só por costume, e continuei ouvindo o causo.

"- Quando no susto, aquelas luzes se arredondeiam. virando dois olhos de fogo, e bem no meio, um focinho comprido. Era a cara de um tatu. Mas os olhos lampiavam fogo pela cara toda do bicho. E ocê pensa que ele andava bem? Qual o quê que ele tava avoando em cima do chão que nem pluma. Só de olho em nós.

- E com aquela visagem, a anta do João no arrepio da espinha que teve, disparou a espingarda."

- Ufa, que susto, Seu Ramos! E o bicho morreu e era só um tatu, né?

"Qual o quê! Aquele fogo veio estalido voando pra cima de nós. E bala nem tinha o que matasse não. O causo agora era tocar galope pra fora do caminho da mata. Uh, e corremos bem, viu? Porque fugir a gente não foge, mas também não carecia ficar lá na frente do bichão pra saber se era coisa de que.

E enquanto que a gente galopeava, o fogo que estalava na orelha não parava mais de queimar. Um fogo gelado que nem frio na espinha que não pára de arrepiar.

Medo, a gente não tem, não, mas quem que gosta de frio na espinha? É por isso que a gente correu sem olhar nem mais vez pra trás.

E corremos com o bicho no encalço até sair da estrada da mata. E foi que nem que tirar com a mão. Foi sair da mata pra acabar o fogo arrepiante, e daí que fomos olhar pra trás. E lá no escuro, no meio dos angicos, só aquelas duas bolas de fogo, olhando bem pra nós e dizendo bem no meio do peito nosso.

'Em tempo de prenhisse de bicho não se entra em mata! Só porque vocês não tem época de prenhar, quer virar o verme do mundo!?'

E aquilo ficou pra sempre num zumbido aqui dentro da cachola, que até hoje não teve fim."

- Eita, Seu Ramos! Que estória! - Foi a única coisa que consegui dizer tremilicando todo o corpo.

Rapidamente a prosa perdeu o fogo,  o café secou, o biscoito esmigalhou e o dia entardeceu, e o caminho da mata nos esperava de volta.

Olha, nunca andei tão rápido um caminho de volta na minha vida: não senti cheiro de estrume, não vi estrada e nem o pôr-do-sol. e quer saber mais? Nunca ouvi tanto barulho no sítio como naquela noite mal dormida.

O Sr. Ramos? Deve estar bem! Faz tempo que não o vejo.

Se eu vi o tal tatu? Claro que não! Se eu acredito? Não sei, mas onde há fumaça, há fogo...

A Fabi é professora de português e levou o Aperta a tecla para sua sala de aula! Confiram o conto de uma de suas alunas, a Ana!

Sentado na grama ainda molhada, Robert se vê sorrindo ao olhar sua aliança. Ao fechar os olhos, sua vida começa a passar como um filme em sua mente, mas que pausa toda vez que ele decide mergulhar mais fundo em suas lembranças: a de seu casamento e, principalmente dela...



A minha menina, mas que também surpreendia com suas atitudes de mulher, demonstrando sua maturidade, que me deixava ainda mais apaixonado.

Quando seu lado menina se aflorava, meu dia sempre melhorava. Nunca havia visto Linda desanimar, mesmo depois de tudo o que passamos, ela andava com aquele sorriso radiante de menina, minha pequena menina...

Em nosso casamento, Linda fez questão de cuidar de todos os detalhes, estava tão animada que, nem mesmo quando seu vestido teve que ser arrumando várias vezes por falta de peso, minha menina não se deixou abater, continuou radiante como sempre.

Eu estava anestesiado de tanta alegria, nosso casamento foi perfeito. Eu a acompanhei na festa e não a larguei nem por um minuto, por medo de que isso tudo fosse apenas um sonho. Cantei para Linda com ajuda de alguns amigos. Minha menina ficou muito emocionada, mas teve que se sentar, pois já estava muito cansada. Faria tudo de novo para rever aquele sorriso radiante. Ela estava linda com seus cabelos caramelo para frente, cobrindo seus ombros, em seu vestido tomara-que-caia... que vestido, uau! Linda estava perfeita para mim.

Nossa Lua de mel foi mais que perfeita. Me lembro de todos os detalhes como se fosse hoje. Com minha pequena ao  meu lado, tudo ficava melhor... Linda era meu mundo. Sem ela o mundo não teria cor e nem sentido.

Antes de voltarmos, havia ligado para Nicole para pedir que arrumasse a casa onde eu e Linda iríamos morar. Sabia que Nicole iria fazer um bom trabalho, por isso deixei tudo nas mãos dela.

Quando eu e Linda chegamos no aeroporto, seguimos de limousine o resto do caminho. Linda adormeceu em meus braços, então quando chegamos, a levei para o quarto e fui ao escritório resolver algumas pendências do trabalho.

Meia hora depois fui ao quarto. Minha menina ainda estava adormecida. Decidi me juntar a ela. Tirei a roupa e me deitei na cama, puxei minha menina para meus braços e adormeci vendo-a dormir... De manhã acordei sentindo a falta do calor de Linda. Levantei assustado, fui ao banheiro e sentei-me perto do vaso sanitário chorando. Me aproximei e vi que o vaso estava cheio de sangue. Entrei em pânico, mas logo me acalmei, pois não queria ver minha menina doente. Assustado comecei a dizer que a amava e que iríamos a um médico e que não era nada com que se preocupar e peguei-a no colo para dar-lhe um banho. Coloquei-a na cama e ela adormeceu e decidi não a incomodar, queria que Linda se acalmasse primeiro... e dormi vendo-a dormir.

Duas semanas se passaram, Linda ainda não tinha procurado um médico, estava estranha e não havia melhorado. As coisas estavam ficando cada vez piores. Linda não estava comendo direito e isso só estava fazendo-a perder peso. Vomitava sangue, acordava de madrugada e não conseguia dormir mais. Então abordei-a e perguntei o que estava havendo e por que estava se afastando de mim, logo de mim, que a amava mais que a mim mesmo e me arrependi logo de cara da minha pergunta: Linda começou a chorar. 

Meu Deus! Meu coração se quebrou. Eu não sabia o que fazer. Puxei-a para meus braços e percebi que Linda estava tensa, mas logo se acalmou e decidi tentar perguntar novamente com mais calma: Segurei seu rosto, acariciei-o, limpei suas lágrimas e perguntei novamente. Linda olhou em meus olhos e disse que havia procurado um médico às escondidas e me disse em lágrimas.

Meu Deus! Eu a puxei novamente em meus braços e beijei seus cabelos. Levei-a a um sofá e coloquei-a para dormir em meu colo, depois coloquei-a na cama e sentei na beirada, olhando para meu anjo, acariciei seu rosto: minha menina, minha vida...

Meu Deus! Como pode fazer isso comigo? E percebi que pela primeira vez eu estava sendo amaldiçoado e me vi chorando. Como pode? Quando me apaixono pela primeira vez, Deus leva meu amor para longe? Como pode haver um Deus que justamente comigo não é justo e está levando minha menina para longe de meus braços? Naquela tarde não consegui dormir.

A primeira semana passou... Linda já havia procurado um médico. Um mês depois minha menina havia voltado a ser a mulher que eu amo tanto... Após uma semana, Linda veio em lágrimas me pedindo para cortar seus lindos cabelos. Eu hesitei, mas minha menina insistiu, então cedi. Nos momentos que caíram os primeiros fios de cabelo, Linda havia ficado imóvel, mas depois caiu em um rio de lágrimas. Segurei seu rosto em minhas mãos e disse que isso não iria mudar em nada sobre o que eu sentia por ela e que ela sempre iria ser minha menina, minha vida.

Três semanas depois Linda estava internada, pois teve hemorragia. 

Fiquei aflito... Deus, proteja minha menina! Meu peito doía de tanta angústia, minhas mãos suavam, de repente, sinto alguém apertando meu ombro direito, olho pra cima e vejo que era o doutor Lucas que estava atendendo minha esposa. Me levanto depressa. Ele sorri... Suspiro de alívio pois percebo que a cirurgia correu tudo bem, mas o médico me puxa para um longo abraço e fico confuso no começo, mas percebo que ali havia perdido a mulher de minha vida, minha pequena, meu amor, meu tudo... Minha voz não saía, não conseguia enxergar direito. 

Depois de um tempo sou acordado de minhas lembranças por um aperto no ombro direito.

Um menino de cabelos loiros, parecido com um anjinho, me olha e se senta ao meu lado e começa a brincar com uma vareta e de repente ouço uma voz suave me dizendo:

- A alma é eterna, e nem tudo está perdido!

Fico confuso com suas palavras, olho para perguntar, mas vejo que o jovem garoto já havia ido embora, mas que havia deixado um pequeno envelope sem remetente na grama. Peguei-o e senti que o vento tinha um cheiro familiar. Espantado olho para os lados, mas não havia ninguém na praça. Decidi ler a carta. 

Na carta dizia...



"O verdadeiro amor não tem fim. Não existe um ponto final, porque o que Deus uni e abençoa, ninguém separa!

Podemos estar separados fisicamente, mas o nosso amor é como o vento, não posso tocá-lo, mas posso senti-lo. Não posso vê-lo, mas sinto-o.

Atenciosamente

Sua menina"



Seu coração se regozijou e ali percebeu que nem tudo estava perdido, porque no fim, tudo vai dar certo. Se não deu certo, é porque ainda não chegou ao fim.
  
E então, o que acharam? Deixem suas opiniões nos comentários. E se você também quer participar, ainda dá tempo, é só me avisar que publico seu texto aqui também! Quem aí já começou a escrever o conto de setembro? 

5 comentários

  1. Lindo o conto.
    Gostei do tema que você abordou e gostei da sua escrita, da forma como você narrou tudo.

    Beeijos
    www.ooutroladodaraposa.com.br

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  2. Oie, Ma!

    Perdi seu conto de agosto! Como faço para lê-lo? Está no Amazon? Vc leu o conto da minha aluna Ana? Tá lá no blog! Ela ficaria feliz se vc desse uma lida e opinasse também!
    Logo te mando o meu de agosto, já o de setembro.... Não sei se dou conta de tantos projetos! ;)
    Bjks e Boas Leituras!

    www.linguaeliteratura.com.br

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    1. Fabiii!
      Tô numa correria louca esses dias e ainda não entrei no seu blog, mil desculpas!
      Estou indo lá agora mesmo ;*

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    2. Nem me fale em correr, pois eu sou uma que corro, corro e nunca chego a lugar algum! :DD
      Bjks e Boas Leituras!

      www.linguaeliteratura.com.br

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    3. Má!!!

      Valeu por compartilhar os contos!
      Bjks!

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