[Resenha] O teorema Katherine, de John Green

Páginas: 304
Lançamento: 2013
Editora: Intrínseca
Classificação: ★★★★★ ♥ Favoritado!

Após seu mais recente e traumático pé na bunda - o décimo nono de sua ainda jovem vida, todos perpetrados por namoradas de nome Katherine - Colin Singleton resolve cair na estrada. Dirigindo o Rabecão de Satã, com seu caderninho de anotações no bolso e o melhor amigo no carona, o ex-criança prodígio, viciado em anagramas e PhD em levar o fora, descobre sua verdadeira missão: elaborar e comprovar o Teorema Fundamental da Previsibilidade das Katherines, que tornará possível antever, através da linguagem universal da matemática, o desfecho de qualquer relacionamento antes mesmo que as duas pessoas se conheçam.

Uma descoberta que vai entrar para a história, vai vingar séculos de injusta vantagem entre Terminantes e Terminados e, enfim, elevará Colin Singleton diretamente ao distinto posto de gênio da humanidade. Também, é claro, vai ajudá-lo a reconquistar sua garota. Ou, pelo menos, é isso o que ele espera.

Geeente, como eu gostei desse livro! Eu nem esperava gostar tanto assim, mas pelas resenhas que tinha lido dos livros do tio John esse foi o que mais me interessou. Admito que não é uma leitura pra todo mundo, vi muitas resenhas de pessoas que não gostaram porque tem "muita" matemática. Veja bem, você não precisa entender de matemática pra entender a história, mas eu até entendo que se você odeia essa matéria você não vai querer ler um livro onde ela aparece constantemente...

Então vamos ao livro. Colin é um garoto prodígio (não um gênio) que já teve dezenove namoradas, todas elas se chamavam Katherine. Mas ele não amou nenhuma como amou a K-19, então quando ela acaba o relacionamento com ele, ele fica completamente destruído.

Talvez, àquela altura, Colin já devesse ter se acostumado a isso. Namoros, no fim das contas, acabam de um só jeito: mal. Se você pensar bem, e Colin sempre fazia isso, todo relacionamento amoroso termina ou em (1) rompimento, (2) divórcio ou (3) morte. Mas com Katherine XIX foi diferente - ou pareceu ser diferente, na verdade. Ela o amou, e ele também, intensamente.

Pra tirar ele dessa situação penosa, seu melhor amigo, o Hassan, chama ele pra fazer uma viagem de carro, sem destino, apenas pra se distrair durante as férias. E cara, o Hassan é muito engraçado. Na verdade o livro todo é muito engraçado. Mas voltando.. Durante essa viagem de carro, eles acabam parando numa cidadezinha do interior, onde eles conhecem a Lindsey, e é lá que Colin tem seu momento eureka. 

Ele percebe que pode colocar seus relacionamentos numa fórmula matemática. Colin sempre foi um terminado, todas as suas namoradas acabaram com ele, e o pior de tudo era nunca saber quando isso ia acontecer. Com essa fórmula ele espera conseguir prever quando um relacionamento vai acabar e quem vai ser o terminante e quem vai ser o terminado.

Ele sabia que não seria fácil. Para começar, transformar conceitos em números era um tipo de anagramatização à qual não estava acostumado. Mas ele se sentia confiante. Nunca fora tão com assim em matemática, mas era um maldito de um especialista mundialmente famoso em levar fora das namoradas.

Depois desse momento eureka de Colin, eles acabam recebendo uma proposta de emprego pra ficar por lá nessa cidade durante as férias. E é lá que ele começa a desenvolver o teorema, com um pouca da ajuda de Lindsey.

Eu não quero contar muito mais a história pra não estragar a experiencia de ninguém, então vou falar de algumas coisas que gostei quando estava lendo. Primeiramente, tem as notas de ropadé, que eu adorei, porque além de terem caráter explicativo e complementar de algumas coisas que o Colin fala, muitas vezes elas também tem caráter cômico, e foi uma forma muito legal do escritor interagir com o leitor.

Outra coisa que gostei muito é que pelo fato de o Colin ser muito inteligente, ele consegue inserir muitas informações legais nas suas conversas, talvez algumas pessoas não achem isso interessante, mas eu gostei demais. Eu também achei os personagens muito cativantes, o Hassan é engraçado demais, a Lindsey bem jogo duro, ou sarcástica, ou sei lá o que (ela é muitas coisas...) e o Colin é superfofo (além de ser um prodígio, não um gênio). Fora isso o livro trás meio que uma lição de moral bem legal sabe?

- Tava pensando no seu lance de ser importante. Eu acho que, tipo... tipo que a sua importância é definida pelas coisas que são importantes pra você. Seu valor é o mesmo das coisas que você valoriza.

Eu vi algumas pessoas dizendo que não gostaram do final também. Eu gostei muito, e nem se preocupem, ao contrário de A culpa é das estrelas, esse livro é muito pra cima e muito gostoso de ler. Gostei demais mesmo, indico muito e já estou com vontade de ler outro do tio John. Alguém me indica?

Beijos e boa leitura!