[Resenha] Como falar com um viúvo, de Jonathan Tropper

15 junho 2015
Páginas: 272
Lançamento: 2010
Editora: Sextante
Classificação:  
Doug Parker não foi um aluno brilhante, não conseguiu entrar para nenhuma universidade de prestígio e era demitido dos empregos de redator com relativa frequência. Enfim, não levava nada muito a sério até conhecer Hailey, bonita, inteligente e cerca de 10 anos mais velha que ele.
Quando os dois se casam, Doug deixa para trás a descompromissada vida de solteiro e se dedica a esse amor, acreditando finalmente ter encontrado seu rumo. Mas, dois anos depois, Hailey morre em um acidente de avião e tudo perde o sentido.
Tentando lidar com o luto, Doug passa a escrever uma coluna chamada "Como falar com um viúvo", em que desabafa sua dor, relata a dificuldade de expressar seus sentimentos e se lembra da esposa de maneira sincera e cativante. A coluna se torna um grande sucesso - algo com que ele sempre sonhou - só que, infelizmente, no momento errado.
Em meio a seu drama, Doug se vê às voltas com o enteado rebelde e a irmã gêmea que se mudou para sua casa decidida a fazê-lo voltar a se relacionar com outras mulheres. E então nada mais é como antes: sua vida passa a se desenrolar em uma divertida sucessão de encontros desventurados e insólitas confusões familiares.
Entre tropeços, atropelos e as mais loucas situações, Doug começa a tocar sua vida, ainda que não saiba muito bem para onde. Afinal, muitas vezes o melhor a fazer é seguir em frente.
Eu confesso, não resisto a livros de dez reais nas Lojas Americanas, então da última vez que fui lá voltei com esse, mas não antes sem ver algumas resenhas no Skoob falando muito bem dele. Eu não gosto muito de ler livros mais desconhecidos, e estava com receio de começar a leitura, mas depois que comecei percebi logo de cara que ia ser bom.

Doug é jovem viúvo que escreve uma coluna mensal para um jornal chamada Como falar com um viúvo, aonde conta situações trágicas que começaram a acontecer na sua vida depois que sua esposa faleceu. Mas a questão é que tudo que Doug fala, apesar de ser triste, também é bem engraçado.
- É um prazer conhecê-los - respondo, incapaz de olhar em seus olhos, pois a piedade escorre deles como lodo. A piedade, aprendi, é como um peido. Toleramos o nosso, mas simplesmente não dá para aguentar o de mais ninguém.
Já faz mais de um ano desde que Hailey morreu, e apesar de todos acharem que já está na hora de Doug superar o que aconteceu, ele ainda continua de luto, afinal, o luto é tudo que restou dela, e ele ainda não está preparado para perdê-la de uma vez por todas.

As complicações não pararam por aí, e então a sua irmã gêmea grávida e o filho de 16 anos rebelde da Hailey acabam indo morar com ele, porém, juntos eles começam a ajudar o Doug a recomeçar sua vida, fazendo com ele tenha encontros arranjados e provocando situações constrangedoras e hilárias.
- Apenas diga sim.
- Dizer sim a que?
- A tudo.
Achei que esse livro é tudo que ele tinha que ser, ele triste, é engraçado, é sexy, e também nos faz repensar nossas próprias dificuldades e como superá-las, mas de um jeito muito bem humorado. Eu fique bem surpresa o quanto ele me conquistou, e só tirei uma estrela porque achei que em alguns momentos a história ficou meio lenta sabe? Não é daqueles livros que você devora rapidinho, mas é um livro muito bom. 

A melhor palavra para descrevê-lo é tragicômico, pois apesar de em alguns momentos eu ter ficado bem tocada com algumas situações e ter chegado a ficar com lágrimas nos olhos, o autor sempre conseguia botar alguma coisa ridiculamente engraçada logo depois que me fazia rir e eu acabava não chorando. Ele que passa uma mensagem importante, mas de um jeito descompromissado, sem ser sério demais.
O céu está me sacaneando. Hoje é um daqueles dias irritantemente perfeitos de primavera. O tipo de dia que parece estar se esforçando um pouco demais, e que desperta em nós uma vontade de lhe esmurrar a cara. O céu está mais azul do que tem direito de ser, falando sério, é um azul ostensivo, despótico, um azul que faz você sentir que está cometendo um crime se ficar em casa. Como se eu tivesse algum lugar aonde ir. A rua está movimentada, jardineiros cortam a grama e aparam cercas vivas sob o assovio mecanizado de irrigadores rotativos, e para aqueles que estão sintonizando pela primeira vez esse canal, este é um dia lindo e Hailey está morta e não tenho nada para fazer nem lugar para ir.
Tem alguns livros pelos quais a gente não dá nada e acabam sendo muito bons, então se você ver Como falar com um viúvo dando sopa por aí em alguma promoção, não tenha receio de comprar. Eu recomendo sim o livro, e fico feliz por ele ter me surpreendido de uma forma positiva. 

Boa leitura! Beijos!

2 comentários

  1. Eu vi esse livro por R$4 na Submarino E NÃO SEI PORQUE COMPREI! Acho que esperava me decepcionar porque era muito baratinho, mas além da capa ser bem legal a sua resenha falou super bem dele. Gostei da indicação!

    Beijão, Guta! ♥
    www.opinada.com

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    Respostas
    1. Oi Augusta! Também achei a capa dele bem legal :)
      No meu caso eu comprei porque já tinha visto resenhas falando bem mesmo, e a leitura valeu a pena sim :)

      Obrigada pelo comentário, beijo!

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