[Resenha] Eleanor & Park, de Rainbow Rowell

26 abril 2015
Páginas: 328
Lançamento: 2014
Editora: Novo Século
Classificação:  
Eleanor é a nova garota na cidade, e ela nunca se sentiu mais sozinha. Todas as roupas estranhas, cabelo ruivo caótico, e uma vida familiar cheia de problemas, ela não poderia ficar mais de fora nem se tentasse. Então ela senta no ônibus ao lado de Park. Calmo, cuidadoso e - aos olhos de Eleanor - impossivelmente legal, Park acredita que ficar fora do caminho é o melhor jeito de sobreviver ao colegial. Devagar e instantaneamente, através das conversas tarde da noite e uma grande pilha de fitas, Eleanor e Park se apaixonam. Eles se apaixonam do jeito que sempre é a primeira vez, quando se tem 16 anos, e não há nada e tudo a perder. Ambientado no ano escolar de 1986, Eleanor & Park é engraçado, triste, chocante e verdadeiro, uma viagem nostálgica para quem nunca esqueceu seu primeiro amor.
Owwnn! Esse livro é tão gostoso de se ler. Todo aquele clima de estudante de ensino médio, primeiro amor, primeiro beijo, inocência, e ainda mais na década de 80 o que tornou a história tão mais legal! 

Eleanor tinha acabado de voltar a morar com a mãe depois de ter sido expulsa da casa durante um ano por causa do seu padastro. E a casa da mãe dela é terrível, sério, de dar pena. Apenas um quarto pra dividir com seus quatro irmãos, que dormiam todos juntos no chão, fora o banheiro que dava direto pra cozinha e nem tinha porta. Quando ela pega o ônibus pra ir pra escola nova todos alunos começam a rir dela e xingar ela de vários apelidos.
A menina tinha a aparência exata do tipo de pessoa com o qual isso costuma acontecer. Não só por ser uma pessoa nova ali, mas por ser grande e esquisita. Com cabelo bagunçado, bem ruivo, além de cacheado. E se vestia com se... como se quisesse que as pessoas ficasse olhando. Como se não sacasse que estava um desastre completo.
O Park tem descendência coreana, e apesar de não fazer parte do grupinho dos populares ele consegue ser deixado em paz, já que a sua família mora a muito tempo no bairro ninguém mexe com ele. Mas quando ele vê a Eleanor no ônibus naquele primeiro dia, ele sente pena dela, e decide arriscar seu status social chamando ela pra se sentar ao lado dele. Apesar de parecer uma boa ação, não pense que isso significa que ele foi legal ou gentil com ela.

Com o passar dos dias a situação foi ficando esquisita no ônibus e nenhum dos dois falava nada. Até que Park percebeu que ela estava olhando pro gibi dele. Ele não disse nada, apenas abriu mais as páginas e começou a virar mais lentamente. No dia seguinte Park emprestou um gibi a ela, mas sempre sem falar nada, e a partir desse dia ele começou a deixar gibis no banco que ela sentava e no dia seguinte ela os devolvia.
Ela lia tudo tão rápido quanto ele conseguia prover. E, quando lhe devolvia na manhã seguinte, sempre agia como se estivesse entregando algo frágil. Algo precioso. Não daria pra imaginar que ela tocara as revistas se não fosse pelo cheiro.
Até um dia em que Park acordou atrasado e esqueceu de pegar os gibis. Ele queria dizer alguma coisa a ela, falar que não trouxe por que tinha acordado tarde, mas ao invés disso ele perguntou se ela curtia os Smiths.

Depois desse dia eles começaram a conversar, sobre os gibis, sobre música. Park começou a gravar fitas para ela escutar e até lhe dava pilhas já que ela não tinha como comprar. Então eles começaram a notar um ao outro, e começaram a perceber o que sentiam, de uma forma tão inocente e tão verdadeira, é super fofo de ler.
Naquela noite, Park fez uma fita só com a canção do Joy Division, repetida ao infinito. Esvaziou os videogames de mão e os carrinhos de controle do Josh, e chamou a avó para dizer que tudo que queria de presente de aniversário eram pilhas AA.
A experiência de dar as mãos pela primeira vez, o modo como ele defendeu ela na frente de todo mundo, o primeiro beijo. O modo como tudo foi escrito foi tão real. Uma das coisas que mais gosto é que temos a visão dos dois personagens aos longo do livro, e percebemos coisas como apesar da Eleanor se achar super gorda, o Park a acha super atraente.
Segurar a mão de Eleanor era como segurar uma borboleta. Ou um coração a bater. Como segurar algo completo, e completamente vivo. Assim que a tocou, perguntou-se como aguentara tanto tempo sem fazê-lo. Passou o dedão pela palma e pelos dedos dela, ciente de cada respiração de Eleanor.
Em alguns momentos fiquei com vontade de matar o padastro da Eleanor e de jogar um balde de água fria na cabeça da mãe dela pra ver se ela tomava vergonha de cara e fugia dali com os filhos. Mas também me diverti muito com o romance do livro e todas situações esquisitas e constrangedoras que eles passaram.

O modo como a Rainbow inseriu essa história nos anos 80 foi tão legal e nostálgica. Eu senti vontade várias vezes de poder me teletransportar pra lá, escutar as fitas do Joy Division num walkman, usar tênis vans e fazer permanente no cabelo. Inclusive até escutei algumas músicas citadas no livro e achei bem legais! 

Eu adorei ler esse livro, já estou louca pra ler outros da Rainbow Rowell. Então no fim dessa resenha vou deixar vocês com uma super recomendação do livro e com a música favorita da Eleanor do Joy Division:


Boa leitura!

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